Como estudar em uma universidade na Suécia

Chegamos ao plano C!!! Eu sempre me planejo muito para tudo que eu vou fazer e lógico que eu sai do Brasil com muitos planos e várias opções se algum dos planos não funcionassem.

Para o tipo de visto sambo (visto familiar) o acesso a universidade é gratuito, então eu já tinha em mente que se caso eu não conseguisse um trabalho, eu tentaria fazer um mestrado na Suécia. Também ficou claro para mim, durante a busca por um trabalho, que quanto mais conexões com a Escandinavia eu tivesse no meu curriculo, mais facil seria para conseguir um trabalho aqui.

Existem várias formas de estudar nas universidades gratuitamente se você tiver alguma conexão com o país. Eu recomendo você pesquisar mais sobre o seu caso no site studyinsweden.se. O que eu aprendi nas minhas pesquisas é que qualquer pessoa que tenha visto por união familiar (mesmo que acompanhando um parceiro que veio a trabalho) e cidadão europeu podem ter acesso a universidade de forma gratuita. Eu também aprendi com um casal de amigos brasileiros que conheci no mestrado, que no caso do casal somente um precisa pagar e o outro ganha o direito de estudar de forma gratuita (por conta de ter um visto familiar).

O meu processo foi bem simples, eu pesquisei no site studyinsweden.se as opções de curso, universidade e os requerimentos. Como nós moravamos em uma região chamada Dalarna, eu resolvi aplicar para o mestrado na DalarnaHögskolan. O curso que mais me interessou foi Business Inteligence, por ser o mais próximo da minha experiência e por que eu achava que me daria uma boa visão de como usar e gerenciar dados junto com a experiência em business e processos que eu já tinha.

Os pré-requisitos estavam bem claros no site. Eu apliquei online anexando todos os documentos requisitados, os documentos precisam ser traduzidos para inglês ou sueco. Eu já havia traduzido todos os meus documentos gratuitamente pelo Arbetsförmedlingen ( agência publica de suporte ao trabalhador). Alias antes de aplicar para a universidade, eu comentei com o meu coach e ele me ajudou a preparar a tradução dos documentos, foi tudo muito simples.

Eu fiz tudo isso antes de viajar para o Brasil, alias levou um bom tempo para eles me responderem, eu confesso que já tinha até esquecido =) eu também sabia que eu não tinha um dos documentos requisitados: certificado para comprovar o meu nível de inglês, então eu recebi uma mensagem do reitor me convidando para uma entrevista, assim ele poderia testar o meu nível de inglês para o curso.

O reitor me enviou um artigo cientifico sobre inteligência artificial e disse que a nossa conversa seria em torno daquele assunto, durante a entrevista nós conversamos um pouco sobre o artigo, depois ele me fez algumas perguntas sobre as minhas expectativas quanto ao programa de mestrado e ele me falou um pouco sobre as pesquisas que estavam em andamento na universidade. No final ele informou que por ele o meu nível de ingês estava aprovado e que era para aguardar a confirmação no site.

Vale destacar que depois disso, eu conversei com várias pessoas que não tiveram a mesma chance de fazer essa entrevista presencial em inglês e tiveram que fazer aulas em inglês aqui ou esses testes de proficiência. Talvez seja porque os cursos muito técnicos não tenham muita procura, ou porque é uma universidade menor, ou porque eu insisti demais ou porque eu sou sortuda… Bom eu nunca questionei e depois de duas semanas eu fui aprovada para mestrado!!!!

Foi tudo muito estranho porque eu só recebi a data que eu deveria começar, näo houve nenhum tipo de matricula ou coisa assim. A universidade faz uma festa de boas-vindas para os novos alunos, mas aquele problema de curso de nerd, meus professores achama melhor a gente pular isso e já começar as aulas no primeiro dia.

Para não ficar muito longo, eu vou fazer um post continuação para contar mais sobre a universidade!

A primeira viagem de volta para a o Brasil

Eu vou contar um pouco de como foi a minha primeira viagem de volta para o Brasil depois de ter me mudado para a Suécia. Essa foi a primeira e única vez por enquanto, eu vou aproveitar para explicar um pouco o motivo disso.

A gente não imagina, mas viajar para o Brasil é bem caro, as passagens saindo da Suécia custam uma fortuna e é dificil achar promoção, se for nas datas comemorativas, complica muito mais. O que nós gastamos viajando para o Brasil, nós gastamos viajando em todos os feriados para destinos mais próximos e tem tanta coisa legal que ainda quero conhecer na Europa, então o meu coração fica bem dividido.

Um outro ponto é que aqui na Suécia é comum tirar férias em julho e agosto, por lei eu posso tirar férias quando eu quiser, mas a minha empresa fica vazia nesses meses, então é complicado tirar férias em outro período quando todo mundo estará de volta ao trabalho. Por este motivo, eu sempre tento programar o meu período de férias mais longo entre julho e agosto e infelizmente  é inverno no Brasil! Depois de sofrer com o longo inverno aqui, a ultima coisa que a gente quer é passar mais frio durante o nosso verão aqui e pelo menos em São Paulo costuma ser bem frio nessa época do ano.

Terceiro motivo é que férias para o Brasil é super cansativo, pois é a chance de rever todos os parentes, amigos, ir ao médico, cabelereiro, fazer procedimento estético, comprar coisas que não tem aqui, isto é, estar ocupado o tempo todo com várias tarefas, além disso tem uma outra coisa que me abala muito… a despedida! Eu já sofro por antecipação.

Voltando ao foco, vou contar mais sobre a minha viagem. É engraçado por que não lembro muito bem das coisas, eu tenho alguns flashs de alguns momentos, não sei se foi por conta do cansaço, energia ou emoção. A primeria coisa que lembro foi de respirar o ar poluído com clima tropical quando saí do aeroporto de Guarulhos e só de respirar aquilo me trouxe tanta memória afetiva, que loucura, né!

O encontro com a minha irmã no aeroporto e com os meus pais e meus cachorros em casa, a Valentina nem me deu bola, estava mega charteada comigo. Eu lembro da mesa cheia de comida que eu gosto, minha mãe deve ter cozinhado por dias, ai me emociono só de lembrar.

Eu fui para o Brasil por conta do casamento da minha irmã, enfim eu pude ver um pouco mais das coisas, foi tão dificil ver tudo de longe, eu queria tanto ter participado das escolhas do casamento da minha única irmã, mas foi fantastico estar com a minha familia em uma data tão importante.

Nós aproveitamos para dar uma escapadinha para a praia, era setembro e não estava tão quente, mas tivemos dias gostosos em Búzios e aproveitamos para comemorar o aniversário do meu namorado, a minha sogra também viajou com a gente.

Em São Paulo foi uma correria com tudo aquilo que já citei acima, mas ainda conseguimos fugir um final de semana com uma viagem em familia, eu simplesmente procurei alguma cidade próxima de São Paulo que estivesse calor, então fomos parar em Itu, os suecos se divertiram com o tamanho das bebidas de lá, para quem não sabe Itú é famosa por ter coisas gigantes =)

Para facilitar, eu fiz um encontrão com todos os amigos, marquei no Quintal do Espeto, nada melhor voltar para o Brasil com churras, caipirinha e samba ao vivo. Foi fantástico encontrar todos, infelizmente eu não consegui dar a atenção que eu queria para todo mundo que foi, mas eu amei!!!

Foi corrido, intenso e como muito choro de despedida, mas eu saí do Brasil revigorada e com o coração transbordando de amor, é impressionante como brasileiro é bom nisso. Eu cheguei na Suécia mais forte do que nunca e super focada nos meus planos. Vou aproveitar esse post para agradecer a todos por tanto carinho!

Trabalho de verão na Suécia

Esse foi o primeiro motivo que me fez parar de escrever para o blog, pois eu consegui um trabalho de verão por 2 meses (julho/ agosto) em 2016.

O restaurante que o meu namorado trabalhava ficava muito movimentado no verão pela localização ser de frente para uma"praia" em Orsa. Essa é uma região de férias para os suecos e muitas pessoas viajam para lá durante o verão com os seus motorhomes.

Durante a temporada de veraneio, muitos estudantes trabalham no restaurante para juntar uma grana. Porém, a galera é um pouco imatura e querem aproveitar as festas durante o verão também, por isso muitos faltam no trabalho ou vão trabalhar completamente de ressaca.

Eu tenho que agradecer essa galera, pois foi por isso que os chefes do Chris decidiram me dar uma chance. Por regras da Suécia, eu nao poderia ganhar o mesmo que os estudantes (por conta da minha idade e formação), então eles me contrataram sem experiência em restaurante, sem falar sueco e ganhando um pouco mais do que os outros estudantes.

Lógico que fiquei muito feliz por conseguir o meu primeiro emprego aqui, mas nem de longe eu posso dizer que foi facil para mim, como o Chris diz, eu sou garota de escritório e eu realmente não tinha nenhuma noção do que era a loucura de trabalhar em restaurante e como eu não falava sueco, eu tinha que ficar nos bastidores ajudando todo mundo, removendo e lavando todas as louças. Além disso, eu tive que trabalhar muitas horas a mais, porque quando os jovens faltavam, eu tinha que cobrir todo mundo.

Mas lógico que eu também não posso reclamar, pois consegui minha carta de recomendação que vamos falar mais no futuro sobre isso e também pude guardar uma grana com o meu salário de quase 13,00 euros por hora =)

Se você está passando por uma situação parecida, eu só te digo uma coisa, engole o orgulho e vai… isso vai valer a pena lá na frente. Eu me lembro do dia que joguei o jato de água no prato muita força e a comida voou toda na minha cara, eu chorei sozinha por alguns minutos. Eu também lembro das dores nas costas sem fim e eu que odeio tomar remédio, tive que viver a base de remédio por dois meses.

Essa é só uma daquelas histórias que confirmam que nem tudo são flores na vida no exterior, mas eu tenho certeza que todo essa experiência me fez uma pessoa muito melhor!

Obs. vale lembrar que o meu tipo de visto por relação familiar (sambo) me permite trabalhar na Suécia.

Eu voltei!!!!

Hoje eu estava mais uma vez precisando aprender sobre algo novo na minha vida no exterior, pela primeira vez eu preciso renovar meu passaporte aqui na Suécia.

Eu sempre acho muito dificil encontrar essas informações na internet, principalmente com depoimento de brasileiros que já passaram por isso, e neste caso, por mais que tenha a explicação no site da Embaixada Brasileira, eu ainda tenho algumas duvidas especificas.

Esse foi somente um exemplo, mas me fez pensar sobre um dos motivos que eu comecei a escrever esse blog. Eu queria compartilhar as minhas experiências para que isso pudesse ajudar e facilitar para outras pessoas que estivessem precisando da mesma informação, mas com toda a correria da minha vida, a primeira coisa que eu deixei de lado foi o blog =/

Bom, mas nunca é tarde para recomeçar, né! E eu estou realmente pensando em voltar com o blog, tenho muitos posts para fazer dos ultimos dois anos e meio,  será muito trabalho… mas tenho certeza que valerá a pena ter esses registros aqui!

Eu não quero prometer nada, mas vou tentar o meu melhor para colocar o assunto em dia por aqui...

Celebrando o Midsommar em Dalarna

Enfim consegui me recuperar da festa de Midsommar e voltar aqui para contar como foi...

O Midsommar é a grande celebração da chegada do verão, na minha opinião é maior festa (feriado) que acontece por aqui, superando até mesmo o Natal, que é outro momento mágico na Suécia...

O objetivo aqui é contar como foi a minha festa de Midsommar na região da Dalarna, até mesmo porque as maiores e mais típicas festas acontecem em cidades menores como Mora. Mas se alguém quiser conhecer um pouco mais sobre o lado histórico e cultural da festa, eu recomendo o site Diário de uma Teimosa, onde a Vânia sempre arrasa contando fatos interessantes sobre tudo que ocorre por aqui!!!

Esse feriado é longo, ele sempre começa na primeira sexta-feira após o inicio do verão e para alguns só termina na segunda-feira, isso porque muitos viajam para passar a data com a família e outra porque posso garantir que é necessário ter um pouco de descanso depois de tanta comida e bebida!!

Na sexta-feira foi dado a largada para o Midsommarafton, primeiro nos reunimos com a comunidade próxima por volta das 15.00 horas e todos puderam celebrar juntos com músicas típicas, jogos e danças.

Eu e o Chris!!!

Comunidade reunida para o Midsommar

O momento mais aguardado é quando eles erguem o Majstången, é um trabalho em conjunto, manual e requer muita força, o legal foi ver homens de várias idades ajudando a erguer o mastro. Depois disso todos começam a dançar ao redor do mastro e isso é bem divertido, pois as músicas são engraçadas e também porque os suecos não levam muito jeito para dançar!!

Esperando erguer o Majstången

Eu e o Majstången

O povo dançando ao redor do Majstången

Depois disso nos reunimos na casa da minha sogra, ela convidou os amigos mais próximos para comer e beber juntos. Esses momentos são ótimos para mim, pois eles bebem e se soltam para misturar inglês com sueco e eu também me solto mais no sueco =)

Comidas típicas, mas bem parecido com a mesa de Natal

Bolo com chantilly e morangos, típico do Midsommar

No sábado começamos o Midsommardagen, que é o dia efetivo da celebração, porém a grande festa acontece na sexta-feira mesmo! Almoçamos hot dog com salsichas grelhadas, gordura e carboidrato são bons remédios para curar a ressaca =)

A tarde tivemos uma festa na piscina com alguns amigos, como falei nessa data muitos voltam para a sua cidade de origem (onde vivem os familiares), então é sempre uma boa oportunidade para encontrar os amigos da época da escola.

O verão chegou com tudo no sábado!!

Enfim no domingo foi o dia de se reunir com os avós (mormor e morfar) e lá foi a minha sogra preparar mais comida =) e é lógico que todos voltaram a beber mais um pouco né!

Fiz um resumo dos meus snapchats com os principais momentos da festa e de bônus coloquei um Snapsvisa que são as musiquinhas que eles cantam antes de cada brinde!!

Glad Midsommar!! Ano que vem tem mais...

Snapchat e Instagram: prialbuque

Celebrando o fim do Högstadiet (Ensino Médio) na Suécia

Quem me acompanha pelo Snapchat, viu que alguns dias atrás eu mostrei a celebração do alunos que estavam concluindo o Ensino Médio aqui na Suécia.

O ano letivo funciona no mesmo modelo que temos no Brasil, onde as aulas terminam um pouco antes da chegada do verão e só voltam na próxima estação, com a diferença é que o verão aqui começa em junho. É um pouco estranho pensar que você inicia as aulas em uma nova escola ou universidade em setembro e se forma em junho (no meio do ano!), mas faz sentindo quando pensamos que independente do país todos querem curtir as férias no verão!!!

Vale reforçar que existem exceções de alguns cursos que iniciam por temporada, mas sempre é algo como na próxima estação (ex. no próximo outono), eles usam as estações para guiar o inicio e o fim da temporada de estudo.

Bom voltando ao assunto, o fim do Ensino Médio é a formatura mais comemorada por aqui, a festa é maior do que quando eles terminam a faculdade, acho que isso acontece pois esse momento é um marco muito especial na vida dos jovens suecos, é nessa idade que eles podem começar a consumir bebida alcoólica fora de casa (mas eles não podem comprar antes de completar 20 anos) e eles sabem que a partir desse momento começa a grande responsabilidade de conseguir um emprego e deixar a casa dos pais.

Tem até uma brincadeira entre eles que diz: é uma grande festa na sexta-feira, mas todos se encontram na segunda-feira na fila do Arbetsförmedlingen (órgão que auxilia a encontrar um trabalho).

A festa começa três semanas antes do final das aulas, onde ocorre o baile de formatura no melhor modelo americano como acompanhamos nos filmes. Todos usam roupa de gala em uma festa fechada só para os estudantes.

Só então na ultima sexta-feira do ano letivo é que eles vão para a rua fazer o chamado "trem" e foi essa festa que acompanhei pelas ruas de Mora.

As meninas usam na maioria vestido branco e os rapazes um terno azul, todos usam um chapéu modelo marinheiro (não me pergunte o por quê). O evento começa em um almoço entre os estudantes e os professores, alguns alunos são premiados por boas performances em diferentes áreas e os professores são homenageados.

Depois disso todos formam o tal do trem e saem caminhando tipo passeata pelas ruas da cidade. Fiquei impressionada com a quantidade de pessoas que param para a assistir e celebrar esse momento.

Estudantes na principal

No final do percurso os parentes (vestindo roupas de festa) estão aguardando os formando para entregar diversos presentes como flores, espumante, ursinho de pelúcia, todo com um cordão para que eles pendurem no pescoço. Os estudantes também trocam esses presentes entre eles, então os alunos mais populares têm mais coisas penduradas no pescoço.

Familiares aguardando

Criatividade: fotos no guarda-chuva

Pescoço cheio de trecos

Uma coisa que acho bem legal é que a família espera o filho com uma placa grande com uma foto, o ideal é que essa foto seja do filho pequeno em algum momento constrangedor.

Eles ficam lá tirando foto por mais ou menos meia hora e depois os estudantes partem para celebrar junto,s circulando em grandes caminhões ou carro antigos pela cidade, com música alta e muita bebida.

Não resisto.. fiz um fika!!

A noite eles se encontram para mais uma festa fechada e é lógico que depois de beber tanto o dia todo, rola de tudo nessa festa e como aqui é uma cidade pequena, no dia seguinte estão todos comentando sobre os babados =)

Acompanhem mais pelo Snapchat e Instagram: prialbuque

Dia Nacional da Suécia: Uma nova etapa em terras "Vikings"!

No dia 6 de junho é celebrado o Dia Nacional da Suécia e para comemorar essa data alguns blogueiros aqui da Suécia se reuniram para fazer uma blogagem coletiva, contando um pouquinho sobre a Suécia na percepção de cada um.

Eu como sou a mais novinha nesse grupo (infelizmente não estou falando de idade!), resolvi compartilhar com vocês um pouco sobre a minha decisão de morar aqui e a minha adaptação até então.

A decisão de deixar o meu país e re-começar minha vida aqui na Suécia foi com certeza a mais difícil que já tomei até hoje. A minha principal motivação foi o Chris (meu namorado sueco), mas para me sentir segura disso, tive que entender o quanto essa mudança seria boa para mim mesma, pois todo o meu sucesso ou fracasso aqui dependeria somente de mim. Juro que levei quase um ano para entender bem isso!!

Para quem está vivendo esse dilema de mudar de país ou para aqueles que sonham em viver em um determinado local, eu vou deixar aqui um conselho: teste o país em diferentes épocas do anos e leve em consideração que qualquer lugar que você viaje como turista será sempre uma experiência fantastica, mas talvez quando você more lá a realidade seja bem diferente.

A primeira vez que viajei para a Suécia foi no verão (já se foram quase três anos). O clima estava agradável, as pessoas estavam felizes, todos comendo e bebendo em restaurantes ou em suas varandas, tudo aquilo parecia um sonho de vida!!

Em Uppsala.. detalhe para essa roupinha de verão!!

Testando comida sueca, amei desde o principio!! 

Em Estocolmo, paixão a primeira vista por essa paisagem..

Minha primeira lembrança: um cavalo de Dalarna, presente da minha sogra

Mas eu sabia bem que a realidade na Suécia não era o verão, então fui viajando em diferentes épocas do ano. A minha ultima viagem e decisiva foi em fevereiro do ano passado. Recomendo muito você conhecer a Suécia nessa época do ano, onde a escuridão predomina, você precisa vestir sempre muitas roupas, o humor dos suecos já está bem afetado pelo inverno longo e não tem ninguém fora de casa (nem gatinhos você encontra pelas ruas).

Meu primeiro natal na Suécia em 2013

Tentando fazer Gingerbread pela primeira vez

Essa foi do meu ultimo teste em fevereiro de 2015

Como vocês podem ver, eu me preparei muito para essa grande mudança, pesquisei e aprendi muito antes de me mudar para a Suécia (os blogs e vlogs me ajudaram muito!). Vim para cá de mente aberta e pronta para me adaptar com os novos costumes.

Com isso, resolvi destacar alguns itens que acho imprescindíveis para a adaptação por aqui, acredito que esses itens também se encaixem para outros países, principalmente na Europa:

1. Comida: sempre provo de tudo aqui, nunca digo não de cara. Nunca fui muito fã de arroz e feijão, viveria de peixe, batata e legumes para o resto da minha vida! Dessa forma, não tenho muito o que reclamar da comida por aqui... A banana poderia ser doce como no Brasil, mas não adianta choramingar e comparar, é diferente e ponto! Em compensação como muitas "berryes" e não pago uma fortuna por isso. Confesso que as vezes sinto falta do rodizio japonês e da água de coco, mas posso matar a saudade quando viajar para o Brasil.

2. Idioma: apesar do inglês ser oficialmente a segunda língua por aqui, na prática todo mundo fala sueco mesmo! Para conseguir um trabalho, fazer amigos ou até mesmo assistir um programa sueco na TV você precisa aprender sueco, e não adianta reclamar que os suecos são indiferentes e não querem falar em inglês com você na mesa de um bar, no Brasil o Chris tinha a mesma dificuldade, pois todo mundo só queria falar em português também. Aprender sueco não é uma tarefa fácil, estou ralando muito por aqui, mas aos poucos consigo perceber minha evolução.

3. Inverno e escuridão: mal pisei na Suécia e já fui correndo para uma farmácia comprar vitamina D, minha grande companheira de inverno. Tentei me manter ativa durante o inverno e funcionou bem para mim, não posso dizer que foi uma tarefa simples, o inverno é muito longo e isso realmente afetou o seu humor. Mas não deixei de fazer as coisas que gosto, somente adaptei um pouco: eu saia para correr mesmo com a temperatura abaixo de -10ºc (cada dia testava correr com menos roupa, no final já estava só de camiseta), procurei me alimentar bem e troquei a capoeira por esportes de inverno, apesar das primeiras tentativas terem sido um desastre, quero continuar praticando. Acredito que um dia ficarei em pé por mais de um minuto no snowboard!

Tenho dois outros posts que contam mais sobre essas experiências:
Reveillon em Trysil 
Conhecendo a Estação de Esqui ORSA GRÖNKLITT - Parte I: Snowboard

Não vou nem entrar no detalhe da saudade, pois esse é obvio demais. Ela sempre aperta, mas precisamos saber controlar, porém nas datas especiais fico totalmente descontrolada e sempre choro mesmo =), mas eu diria que é do jogo!

Já foram muitas histórias até aqui, tenho vivido a experiência mais fantastica da minha vida, é impressionante como tudo isso te faz repensar e entender mais sobre você e seus limites, além do que a oportunidade de aprender sobre uma nova cultura na pratica tem enriquecido demais a minha vida.

Tem dias que odeio a Suécia, mas com certeza nos dias que eu amo vale por tudo isso que tenho passado para me adaptar. Esse país é maravilhoso e a cada nova coisa que descubro, fico mais encantada por essa terra de "Vikings"!!!

Veja outros Blogs participantes da blogagem coletiva no Dia Nacional da Suécia:

- Viajar pela Europa: Motivos pelos quais eu amo morar na Suécia
- Morando na Suécia: Três anos na Suécia: uma reflexão sobre mudanças
- Suécia, Queridos!: Morar na Suécia! Sveriges Nationaldag!